segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Louco Radar

Não sei porque estou perdida
cansada
rodando sozinha
na berma da estrada
da vida que teima
em me desgastar
e eu não encontro
por onde fugir
de tanta tortura
que me faz partir
o corpo e a cabeça
alma e coração
não há confusão
que não me aconteça
e por mais que pareça
não posso encontrar
quem me ponha a mão
neste meu lidar
cheio de aflição
que me faz girar
em torno de mim
pois não posso crer
que ainda possa haver
uma vida assim
tão cheia e vazia
tão quente e tão fria
tão frágil tão forte
que por mais que tente
não vejo que aguente
esta dura morte
que aumenta na idade
e durará sempre
nesta orfandade
mas estou firme e crente
que não me atormente
na eternidade
Hermínia Nadais

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma grande senhora e um grande talento para as crónicas.
Gosto também deste poema.
Queria ver mais coisas de autores cambrenses, pois sou emigrante, natural de Castelões e admiro seriamente a poesia portuguesa... principalmente os da nossa terra.
Força e coragem.